segunda-feira, 5 de julho de 2010

É preciso sempre ter um culpado?

Na sexta-feira, dia 02 de julho, a seleção brasileira encerrou o primeiro tempo de maneira extraordinária. Tive a nítida impressão de estar revivendo os grandes momentos do futebol brasileiro. Bem, mas Bastaram 15 minutos de intervalo e um lance de puro azar do melhor goleiro do mundo para jogar tudo por terra e desmantelar um time favorito ao título mundial.
O Brasil jogou um péssimo segundo tempo e com direito ao destempero de bad boy, que para o azar dele ficará marcado para sempre como o principal culpado da derrocada da nossa seleção canarinho. Qualquer comparação da situação vivida por Felipe Melo, nosso atual vilão, com a situação do lateral Roberto Carlos, em 2006, é mera coincidência. Até quando vamos precisar de um culpado para curar a dor coletiva de uma nação que se recusa a aceitar que esse negócio de país do futebol não existe mais, que, talvez, nunca tenha existido?
Ora, para chegarmos a África tivemos um trabalho realizado durante quase quatro anos, vários momentos bacanas da nossa seleção, uma trajetória vitoriosa com 57
jogos, sendo 40 vitórias, 11 empates e apenas seis derrotas. Um aproveitamento de 76,6%, inclusive com o importante título da Copa América. Ao meu ver, o grupo que vestiu a camisa mais consagrada do mundo soube representar o Brasil em terras estrangeiras e merece todo o nosso carinho e respeito.
O Dunga traçou e cumpriu um plano de trabalho e se esse plano é vitorioso. Por isso, a sua demissão á distância é injusta. Penso que devemos fazer como os argentinos: receber a nossa seleção com o mesmo carinho, afinal, a vida continua e nosso amor pelo futebol e pela seleção vai continuar intacto e ainda mais forte. Que venha o hexa em 2014 e até lá o negócio é trabalhar, e muito.